quarta-feira, 7 de abril de 2010

Paulistano

Andam em meu sangue:
as putas da Luz
as crianças miseráveis dos Céus
os mendigos de papelão do Paraíso
as bichas carentes da Consolação
os gatunos da República
os pastores engravatados da Sé
e os bêbados equilibristas da Liberdade.
Foi ao derramar sangue na rua que percebi isto
Sangue que saía de dentro deste corpo
e manchava a calçada encardida
Foi aí que percebi.

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