terça-feira, 20 de abril de 2010

O guardador de rebanhos

XVIII

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes disso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...

CAEIRO. Alberto. Poemas Completos de

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