domingo, 18 de abril de 2010

O que restou da Augusta

Augusta era o nome dela
Augusta virou nome de rua
Que à noite logo se transforma
As transformistas da noite
Em roupas de couro preto
Expostas em vitrines opacas
Augusta era o nome dela
Augusta virou nome de rua
Mas antes era nome de mulher
Que freqüentava os cinemas
Lá daquela rua mesma
Que freqüentava os bares
Lá daquela rua mesma
Também a chapelaria
Os bares em que tomavam
Água tônica com guaraná
Os boêmios tomavam por lá
Os primeiros goles da noite
Os últimos da madrugada
Augusta virou noite
Augusta virou todas as mulheres
Que esperam que alguém
Envie uma carta de amor
Não se sabe de onde
Pode ser de onde for
Pode ser da presidência
Pode ser também da cadeia
Pois todos somos prisioneiros
De nossa própria vaidade
Prisioneiro dos sonhos
Esperança que nunca morre.
Augusta era o nome dela...

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