domingo, 11 de abril de 2010

E a noite cai devagar cai

Quando a noite escurece
Também escurece o coração
Daquele que sentado espera
Ao relento a noite escurecer
Assim poderá se isolar em seu mundo
Particular e restrito de uma calçada úmida
Repartindo a geografia com as lacraias
Que ao seu lado aquecem corpos doloridos
Num único cobertor imundo e bolorento
Sem se importar com o resto que o circunda
Anônimos como eu que percorre caminhos
Com destino certo
Prisioneiro do destino.

Mas aquele não
Que anda na contramão totalmente livre
Ainda que não tenha teto e parede
Que servem apenas para isolar.

Mas aquele não
O céu inteiro é o teto que necessita
A cama na rua é macia e fria
Enregela seus ossos já com artrite
Mas não está feliz
Nem infeliz talvez indiferente
Com a direção dos ventos.

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