terça-feira, 20 de abril de 2010

Bocas seladas

Toda vez que abrimos a boca
Corre-se um risco enorme
De falar aquilo que se pensa
Como que pensar fosse a medida
Certa e certeira de uma flecha
Ligeira que nunca se desvia
De seu alvo certeiro.
Toda vez que abrimos a boca
Corre-se um risco enorme
De falar aquilo que não pensa
Mas mesmo assim fala tudo aquilo
Que não deveria falar
Sem medir conseqüência.
Melhor é se calar
E calando somente os olhos
Revelam a sinceridade
De todo o silêncio
Isento de palavras
Pois as palavras podem mentir.
Alguns mentem para viver
Outros ainda para morrer
E os mortos não mentem jamais
Nem sentem ódio
Nem amam mais
Não têm ciúmes
Silenciosamente dormem.

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