segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A vida escapando...

Que mais vale a pena

Viver na certeza

De que nada mais vale a pena

Do que viver na incerteza

De que nada mais fica

Em estado sólido

Nas palmas

Sem que

Escorra

Entre

Os dedos.



domingo, 26 de agosto de 2012

No cal da desilusão

Pulsa incessantemente


No pulmão de cimento armado

O combustível queimado

Da fuligem dos carros

Que também pulsa

Em minha caixa de máquinas

Que falha a cada instante

Desta vida curta

Que só vale a pena

A vagabundagem poética

Das esquinas de minha

Cidade!



Eu e a chuva

Nestes dias de chuva


Derrama sobre as calçadas

Um frescor cristalino

Que esfria de vez

Todo calor que ainda sinto

Na transparência dos sentimentos

Que tal qual folhas secas

Jaz nos canteiros

Cada vez mais gelado

Os membros

Os galhos enegrecidos

Destas árvores urbanas

Pendem num só lamento.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Nada mais se detém

Quando nada mais fica na memória

Nada mais tem importância

Naquilo que poderá ser.



Sem impedimento

A água cristalina

Corre no lado descendente

De uma montanha lisa

Quem pode segurar

A fluidez de uma nuvem

Destas flutuantes

Vagabundeando nas tardes

De primavera

A primavera também

É uma mulher

Envelhecida!



Vida instantânea

Em minha companhia

Apenas o vento soprando

Que alegria

Nada fazer do que

Nada fazer

Senão ventar junto

Com o sopro

Desta vida

Temporária

Que vivo

Apenas

Neste momento.