domingo, 7 de março de 2010

Um ato solitário

Uma solidão imensa assola
Meia população desta cidade
Que dorme enquanto as sombras
Caminham a passos dados
Pelos becos e bares repletos
De seres efêmeros
Alimentando-se do desespero
Dos que jamais dormem.

Esta solidão sentida
Minha companhia fugaz
Sou também o ser da noite
Que dorme
Que acorda
Que sonha uma realidade
Além das aparências
Das formas arredondadas
De uma coluna que sustenta
O dia que se faz presente
Na claridade que mais cega
Ofuscando os olhos que não vê
Mais do que formas arredondadas.

Sem que nenhum olhar cruze
Um desconhecido cruza a
Grande avenida repleta.
Nunca se sentiu tão só!

Um cão abandonado
Num ponto de ônibus
De coleira e prato de grão
Abana o rabo
Para quem passa.
Sem dono!
Sem dono!

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