terça-feira, 2 de março de 2010

A moça da janela

Para a moça da janela
Ninguém manda flores.
Ninguém escreve uma
Carta de amor.
Ela que sempre espera
Por um beijo lançado
De qualquer moço que seja
Deste bairro afastado
De toda beleza da cidade
Grande.
Mas pequeno é o coração
Dos homens
Que não reparam mais
Na moça da janela
Parada de olhos distantes
Deixou de sorrir
Deixou de viver.

Poderia alguém
Conversar com ela
Dizer “Bom dia”
Ao encontrá-la na janela
Perguntar-lhe o nome
Pois ninguém sabe o nome
Dela.
Conhecida apenas por
Moça da janela.
Se alguém se apaixonasse por ela
Tiraria de dentro de seu coração
Todo amargor desta vida
Solitária e perdida
Num canto da janela.

Mas ninguém nota
Por ela
Ninguém sabe que existe
Uma moça na janela.
Tão perto de você
Tão perto de mim
Que por fim desapareceu.

Ninguém acredita que exista
Uma moça na janela.

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