quinta-feira, 25 de março de 2010

Delete ou de leite

Hoje faço poesia
porquê não há nada para fazer
Faço poesia, e hora,
porquê não me deram dinheiro -
nem um centavo, nem esmola
Faço porquê é simples pra burro
raspar o carvão, sujar o muro
arrancar duas ou três palavras, bestas,
amontoadas como essas, pra fora da cabeça.
E é tão fácil o erro, nunca errei, é só deletar,
fica o que é bom, fica só o certo no ar
Mas, uma coisa me intriga
Para onde vai a rima? — quando não a houve
Para onde vai a palavra mal versada
depois de deleitada? (apaga) de-le-ta-da

Um comentário:

  1. Adorei raspar o carvão e nunca errei. hahaha

    E, nesse, caso, ainda bem que não veio a esmola, para que pudesse vir a poesia, mesmo que deletada, após o deleite.

    Mas... será que "os erros" ficaram ou ficarão no cartão de memória?

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