sexta-feira, 19 de março de 2010

Fuga para lugar algum

Quero fugir distante
Para uma terra além
Das montanhas em derredor
Lá onde a vista alcança
Lá onde o sol se põe
Lá onde há uma mina de ouro
Em que possa achar a pepita
Mais pura deste mundo.

Sem rei sem bandeira
Sem bazófia
A ordem rotineira
Das mulheres que colhem arroz
Dos homens que plantam milho
Do espantalho que monta guarda
Afugentar o anu preto.


Todos podem compor poemas
Todos podem ler versos livres
Livres de qualquer preconceito
Amar todas se quiserem
Musas gregas e troianas
As primeiras na redondilha maior
As segundas na redondilha menor
Deixando saudades em suas almas
E seus corpos morenos trêmulos
De tanta emoção e êxtase.

Mas ninguém sabe onde fica
Este reino de deleite e felicidade
Que não é para o cidadão comum
Se quiser conhecê-lo
Existe agora neste instante
Sem geografia definida
Em tempo algum.

Ainda que conte a alguém
Que caminho tomar
Poucos iriam
Mas nenhum voltaria mais.

Lá...

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