quinta-feira, 11 de março de 2010

Sem substância

Numa sala de espelhos
Onde me perdi.
Nem mais sabia quem era
A imagem refletida
A imagem reflexa
De uma cara
Igual a outra
Ou era esta cara
A cara da outra
Num caleidoscópio
Que não começa jamais
Nem acaba jamais
Havendo apenas
Um semblante pálido
Que desconheço
Não conheço minha
Própria cara
A não ser uma névoa
Fantasmagórica
Farinha branca
Pulverizada em manchas
Vítreas e cristalinas
Sem alma aparente
Corpo transparente
De um sonho letárgico
E mágico!

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