Pelas ondas de um rádio
Velho canta melancolia
Quando na sala vazia
Apenas sobrou uma xícara
Ainda impregnada com
O baton dela.
Vermelho carmim
Era assim o seu destino
Que por onde ficava
Morava enfim nos corações
E deixava quando menos
Se esperava.
Sem morada fixa
Errava pelas estradas.
Se encontrava abrigo
Por algum tempo ficava
Depois se ia
Evadia-se desta vida
Monótona e solitária
Das pessoas ordinárias.
Queria viver
Conhecer todos os amores
Todas as cores do infinito
E galgar o arco-íris após
A chuva de primavera.
Só ficou a saudade
E uma crença felina
Que um dia ela volte
E novamente tome café
Na mesma xícara
Que jaz em seu sono
De esperança
Desesperança que se desfaz
Em fumaça branca.
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