terça-feira, 9 de março de 2010

Ninguém mais fala

Ainda que pergunte incessante
Nenhuma palavra
Garatuja da incompreensão
Risca minha parede branca.

E num imensamente
Silêncio de toda ação
Travo uma conversa
Carregada de emoção.

Sinto minha alma se elevar
Como alma alguma existisse
Peso e forma singular.
Nada mais me importa
Atiro porta afora
Tudo aquilo que incomoda.

Não se vive do passado
Meu futuro é incerto
Meu presente angustiante.
Mas se alguma coisa importa
Resta a enevoada tarde
De outono que chama a noite
A cobrir o corpo nu do
Anjo decaído que bebe
O líquido proibido da fruta
Que consola e ilude
Para viver mais um dia.

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