quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Poema para ser esquecido

Compor poema
só se for nas areias
de uma praia solitária
só para as ostras e caranguejos
apagado num instante
pelas ondas em rebentação.

Um poema
por mais belo que seja
pudesse ser apagado em seguida
para que a vida desse
vida em cada despedida.

Nenhum poema
deve ser declamado
mais de uma vez
Nenhum poema
deve ser lido
mais de uma vez
para que outro poema
seja em seguida.
Um poema só se eterniza
no momento que é escrito.
Se o poema é de Eliza
que Eliza seja eterna
nas mãos do poeta.
Mas se for de Fabiana
de Ana
de Marialva
ou Suzana pouco importa
o nome
o sobrenome
que seja aquela que no poema
se faz.

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