quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Quando a realidade se torna fantasma

Que saudades sentirei
Do inverno passado
Que me faltou cobertor
Que pudesse aquecer meus pés
Nas noites de sábado.
As meias de tanto usar
Ficaram rasgadas de lado
Ainda assim não reagi
E ficaram assim mesmo
Abandonadas.
Abandonei o verbo
E toda vontade de viver
Assim sobrevivi às tempestades
Que furavam telhados de zinco
Tamborilando um festival
Do boi da cara preta
Que não mais assustava.
O que assustava era
O excesso de realidade
Totalmente irreal como
Um fantasma
Fluido e transparente.

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