domingo, 12 de setembro de 2010

O bumbo do padre

Naquela cidade pequenina
Cruzava as ruas do centro
O padre e um batedor de bumbo
Arrastando em fileiras
Crianças de todas as idades
Com as suas melhores vestes
Não havia uma só criança
Que deixasse de seguir
O padre e o batedor de bumbo
Todos iam menos eu
Desconfiado
Das verdadeiras intenções
Daquele padre
Que queria público
Para a missa das oito
Que distribuía figurinhas
De santos.

Aquele padre se parecia
Muito com o flautista das fábulas
Arrastando para as águas
Uma porção de ratos
Não queria morrer afogado
Nas águas batismais
E acabar com todo
O pecado do mundo.
Se isso acontecesse
Que seria do mundo
De pecadores como eu?

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