segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Por dizer a verdade

Se tivesse que morrer agora
Seja de uma gripe espanhola
Seja de infra-estrutura
De hiper-inflação
Também de hipertensão
Como viveria meus últimos dias?

Afinal vivo meus últimos dias
Como vivo minhas últimas horas
No dia de hoje
Melhor
No dia de agora
Como se as horas
Não existissem mais.

Teria a coragem de viver a verdade
Ou me esconderia
Por detrás dos escudos da miséria
De uma mentira
Mentida para mim mesmo?
Para os outros.

Sempre as mentiras
São mais cômodas
Para se viver.
Sempre as verdades
São mais cômodas
Para se morrer.

Podemos viver
Como fôssemos morrer
A cada instante de nossa vida.

Os poetas morrem
Em seus versos
Morrem por dizer a verdade
E nada têm a perder.

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