segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Anjos que não voavam

Ainda me visita
Quando menos se espera
Aquelas meninas vestidas de anjo
Que desfilavam numa procissão
Do deus morto.
Nunca acreditei que elas
Fossem anjos
Que pudessem voar
Com suas asas amarradas
Em suas costas.
Quem voava realmente
Era a minha imaginação
Quem voava era o passarinho
Livre para cair
De uma pedra que livremente
Acertou-o.
Não foi no passarinho
Foi em mim mesmo
Que passarinho
Ferido sangrou
E nunca mais pode
Voar.

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