domingo, 15 de agosto de 2010

A inutilidade do desespero

Não existe mais alegria
Nos olhos dela
Como outrora se fazia
Nem o brilho está mais presente
Quando se faz presente
Uma desconfiança atroz
Que percorre a linha do horizonte
Cada vez mais distante
Dos olhos que tanto
Queria bem.

Quando a inocência da alma
Perdida fica
Por causa estranha
Toda a vida se torna nublada
E nubla também toda a existência
Da alegria de viver.

Cada vez mais sozinho vai caminhando
Numa estrada de espinho
Tendo por companheira
A solitária sombra da noite
Fulguras de pirilampos
Ofuscando um sonho
Dentro de um sonho de outro.

Errantes somos passageiros
Do tempo
Que erramos na geografia
Que erramos na história
Sem encontrar o encontro
Que perdido ficou
Para trás.
Nem o choro mais consola
Diante da estupidez
Desta vida escrita num papel de seda
Desfazendo-se na correnteza
De nossa vida curta.

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