domingo, 1 de agosto de 2010

As mazelas de agosto

Mal começa agosto
Que gosto estranho na boca
Como fosse uma gosma
De um fruto ainda não maduro.

Algo que preciso adoçar
Com o açúcar de sua boca
Seja em palavras suaves
Também seja pelo gosto de maçã
Dessas mergulhadas em caldo grosso.
Quem da macã uma vez provou
Nunca se esquecerá
Daquela sensação
De perdição
Que somente os cúmplices
Podem dizer
Algo.
Ou se calar.

E quem nunca se perdeu
Nas bravatas do amor
Ainda não viveu
Nenhum perigo
Suficientemente profundo
Que sangra a alma
Para nunca mais
Sarar.
Para quê sarar de algo sentido
Que torna a vida
Palatável
Um pouco do amargo
De uma dose de Fernet.
O amargo torna depois
Tudo muito doce.
O doce da maçã
De dá a vida
Que dá a morte.
Como é suave morrer
Em agosto!

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