sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Compra-se de tudo

Tristes são os tempos
Que alegria se compra
Em farmácias
Como tudo pudesse
Ser comprado
Como prozac.

As amizades também
São compradas
Alguns compram
Até o amor
O amor de uma mulher loira
Que nada tem de loira
Que comprou a tintura
Numa loja de tintas.

Alguns compram horas
De alívio de consolo
Num divã do analista
Como que aquilo resolvesse.

Outros ainda
Visitam as mulheres das cartas
Dos guizos e guias coloridos
Como que pudessem comprar
A felicidade de suas vidas.

Tudo pode ser comprado
Menos a liberdade
De nada mais comprar
Mas pode ser negociado
Por algumas moedas...

E sem liberdade
Continuam comprando
Numa esquina qualquer
Suposta felicidade
Felicidade de comprar.

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