terça-feira, 20 de julho de 2010

Um vendaval passageiro

Para quê chorar!
Diante do castelo de areia
Num repente vem a onda ligeira
E põe tudo abaixo.
Para quê chorar
Se o balão de gás se foi
Ao vento arrastado adiante
Se tudo que se constrói
Fadado está a se destruir
Se tudo que começa
Um dia vai acabar
O amor poderá acabar
Ou simplesmente cair na descrença.
Para quê chorar!
Nem mesmo o choro é duradouro
Uma fumaça que se desfaz
Em instantes
Diante de tamanha incerteza
Na incerteza de viver amanhã
Só resta contemplar a lua
Lua congelada
Que parece não mudar nunca
Senão os olhos de quem vê
Congelando a imagem
Como fosse possível tamanha
Heresia!
Para quê chorar
Sem cair no papel ridículo
De ser apenas humano
E que sonha
Por um momento
Da eterna presença
De uma presença possível.

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