terça-feira, 13 de julho de 2010

Eu só amo!

Eu só amo aqueles que sabem viver como que se extinguindo, porque são esses os que atravessam de um para outro lado.
Amo aqueles de grande desprezo, porque são os grandes adoradores, as setas do desejo ansiosas pela outra margem.
Amo os que não procuram por detrás das estrelas uma razão para sucumbir e oferecer-se em sacrifício, mas se sacrificam pela terra, para que a terra pertença um dia ao super-homem.
Amo o que vive para conhecer, e que quer conhecer, para que um dia viva o Super-homem, porque assim quer ele sucumbir.
Amo o que trabalha e inventa, a fim de exigir uma morada ao Super-homem, e preparar para ele a terra, os animais e as plantas, porque assim quer o seu fim.
Amo o que ama a sua virtude, porque a virtude é a vontade de extinção e uma seta do desejo.
Amo o que faz da sua virtude a sua tendência e o seu destino, pois assim, por sua virtude, quererá viver ainda e não viver mais.

NIETZSCHE. Friedrich, Assim falou Zaratustra, São Paulo: Martin Claret, 200, p.27.

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