sexta-feira, 23 de julho de 2010

Ser jogador de xadrez

Nunca aprendi direito
A jogar xadrez
Daquilo que aprendi
Num tabuleiro de xadrez
Há muito esqueci
Não sei o que fazer
Com o cavalo
Com o peão.

Mas um dia joguei xadrez
Joguei e perdi
Nunca mais joguei
Mas continuei perdendo
Nos outros jogos da vida
Perdi o coração amoroso
De antes
Perdi enfim a inocência
De que ganhar era importante
Mas perder era sublime.
Perdi a minha vida
Toda ela inteirinha
Num tabuleiro de xadrez.

Só não perdi a tristeza
De que perder
Perde-se a razão de ser
Portanto nada sou
Do que uma fumaça
Que insiste em não desaparecer.

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