segunda-feira, 12 de julho de 2010

Perdido sempre

Foi numa feira
Dessas que vendem frutas
Que me perdi
Tinha cinco ou menos
Ainda
Não sabia mais
Onde estava a minha avó
Pela primeira vez
Olhei para cima
Ao invés do céu
Vi cabeças desfilando
Cabeças vindo
Cabeças indo
Uma multidão
Até que o homem que
Vendia não sei o quê
Me parou
Me recolheu
E esperei minha avó chegar
Não demorou muito
Ela chegou
Mas a minha esperança
Era de ficar eternamente
Perdido
Na liberdade de caminhar
Olhando para cima.
Pois se felicidade existe
Existe acima de nossas cabeças.

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