domingo, 25 de julho de 2010

À margem esquerda

Certa feita acordei
Com o pé esquerdo
Depois cruzei
Com um gato preto
Nasci na esquerda
E nunca mais me redimi
Cresci torto e torto permaneci
Em tudo que fiz
Andei na contramão
Até poesia escrevi
Nas portas dos banheiros
Certa inquietação
Melancolia que me persegue
Que também me alimenta
Nos momentos em que
Retorno para a minha casa
Que nunca abandonei
Que me abriga dos raios solares
Me cega
Cega também quem tem olhos sensíveis
Por isso onde me habito
A noite é minha morada
Pois sou filho da noite
Sou a própria noite
Totalmente em trevas.

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