sábado, 10 de julho de 2010

O tempo passageiro

De repente passou
Nada mais passou
Do que um sonho
Fugaz e ligeiro
As águas passadas
De meu pensamento
Mas ainda assim
Me alimento desta paisagem
Não que viva no passado
Vivo no presente de uma imagem
Que pode passar
Mas cuja passagem
Leva uma eternidade
As areias demorando
Para escoar na canaleta
De uma ampulheta
Como demora
Para passar
Como demora
A vida passar
E a morte que não chega
Se tenho na memória
Uma ilusão qualquer
Que não passa de fumaça
Como demora
Para passar
Como demora
O orvalho cair
Uma ruga surgir
Num instante
De passagem
Como demora!

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