sexta-feira, 30 de julho de 2010

Para quê crescer, menino!

Os homens jamais deveriam
Crescer
E perder a inocência
Como escrever poesias.

Quando se cresce nada disso
Tem valor
Nem tem valor
A amizade
Dos que compõem poesia
Nem choram mais
Endureceram seus corações
Justificam tudo em suas vidas
Como que isso justificasse algo
Sem que ninguém peça
Justificativa alguma.
Mas ainda assim justificam
A legítima defesa nos tribunais
A legítima causa em causa própria
E cada vez mais vão se aprofundando
Num pântano de ilusões
Com o corpo cada vez mais pesado
Das informações coletadas num manual
De sobrevivência financeira
De um cartão estourado de tanto
Comprar o que não precisa.

Para quê crescer
Pois o que aumenta é número do pé
Menos ainda a inteligência
Um peixinho dourado que satisfaz
Apenas com o mundo cercado
Em seu pequeno aquário.
Tudo que está fora dele
Para o peixinho dourado
É ilusão de sua mente.
Ilusão de que sempre estarão
No mesmo aquário de sempre.
Quando as escamas começarem a cair
As barbatanas a falhar
Então alguém lá de fora
Colocará descarga abaixo
O peixinho velho e doente
E um outro tomará seu lugar.

Crescer é uma grande ilusão
Mas estamos fadados a crescer
Para padecer para sempre
De nossa inocência
De escrever poesia.

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