domingo, 7 de fevereiro de 2010

Poemas de Ryokan (1758-1831)

Em meu chapéu de palha
Desperto para ouvir
Despencar do granizo
Rebentando todo
Num bosque de bambu.
-.-

Na vila abaixo
O alarido:
Flauta e tambor.
Nas montanhas profundas
Somente o ruído dos pinheiros.
-.-

Travesseiro de capim
Onde quer que eu vá -
Noites em diferentes paradas
O sonho que sonho é mesmo
Da minha terra natal.
-.-

Não sei por quê
Me deixa desolado -
Em minha porta
Primeiras rajadas do vento outonal
Sussurando entre os talos de arroz.
-.-

Peônias em profusão
Explodindo neste momento
Seus botões refletindo -
Tão belas para se colher
Tão belas para não serem colhidas.
-.-

Ao colher violetas
Pela margem da estrada
Esqueci e deixei
Minha caneca de esmola
Que esmolava por mim.
-.-

Eu me esqueci
Minha caneca de esmola
Não havia quem roubasse?
Não havia quem roubasse?
Minha caneca de esmola.

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