domingo, 7 de fevereiro de 2010

Para não ser o outro

Não pelo fato de ser diferente
Nem queremos ser assim
Só queremos ser aquilo que somos
Não aquilo que querem de mim
Nem de você.

Podemos ser pianista
Se isso nos apetecer
Podemos ser poetas
Se há verve de escrever
Pichador de parede
Relojoeiro e cientista
Um pouco de louco
De santo e pecador
Podemos ser.

Mas vem o medo
E preferimos fazer
O que sempre fizemos
Repetindo gestos de sempre
Falando o mesmo de sempre
Sem nada mais de novo
Preferimos ancorar nosso barco
Em porto seguro
Não em porto incerto
Da liberdade de expressão
Queremos a não liberdade
Para ser igual a todos como
Zebras listradas e iguais
Mas que pensa ser cavalos
Desfilando solene tamanha ostentação.


Que vantagem levo
Se fizer isso?
Se não fizer o que ganho
Com isso?

Só quero ganhar...
A mesmice de sempre
Comum como sempre
E sempre continuamos
Iguais como outros iguais.

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