terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Fresca chuva de verão

Solenemente a chuva de verão
Repica de encontro ao vidro
E fico apenas a observar
O murmúrio das mulheres que choram
Pelo retorno de seus amores
Arrancados de seus lares
Quem sabe por outro amor
Forasteiro que ligeiro se foi.

Se toda esta água pudesse lavar
A alma impura de tanto ralhar
Mas nada pode fazer
Diante de tamanha força da razão
Que não aceita comiseração
Pelo amor que foi errado
Amar por perdição
Somente se ama para perder
Melhor dito que a maldição
De amar novamente.

Ainda que venha sofrer
Um amor não correspondido
Um amor renegado
Um amor não merecido
Melhor sofrer do que
Nunca ter amado.

Seja ela viúva, casada ou
Desquitada
Seja ela mãe de santo
Seja ela santo da mãe
Quando o amor aparece
Nenhum título importa
Marquesa pode ser
Manda-chuva pode ser
Ser cega de um olho
De perna de pau
De pele encardida
Marcada e mordida
Maldita hora que te conheci.

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