sábado, 6 de fevereiro de 2010

Maldito Poeta Proscrito!

Maldito é o autor
do que é mau dito
e do mal que é dito.
'Maldito' bendito!
Dizer o mal não-dito
Ignorado
Convenientemente não-visto
Bendito o autor do 'mal' que é dito!
Poeta maldito,
Poeta proscrito!
Falado ou escrito,
Quase bravura pra dizer o mal não-dito!

Falo,
Às vezes provocante como um falo.
Às vezes suave como brisa,
Jeito de gato quando pisa.

Mas aqui (e desde sempre) e em todo lugar
O mal não-dito:
Máscara de bendito.
Escândalo na boca do Maldito Poeta Proscrito.
Por isso prefiro o dito ao não-dito.
Convencional em série, como rito!
Jamais! Jamais 'bendito'!
Crepito, crio atrito, excito e cutuco e transito,
Digo e falo, jamais omito!
Vá lá, que seja maldito meu veredito!

Posso ser maldito,
assim esquisito...
Mas durmo bem.
Só se não falo fico aflito – mas sei bem calar o grito.
Ser maldito! Amor ao 'mal' que jamais é dito:
Só assim ser íntegro e bendito.

Um comentário:

  1. Estimado poeta Igor, mas que coisa mais esquisita. Não sei se você é mais (ou menos) esquisito do que o teu poema. Ser esquisito é uma coisa boa. Podemos ser aquilo que queremos, sem precisar agradar ninguém. Seja portanto dos malditos o mais maldito e ria de toda hipocrisia. Podemos rir juntos dos iludidos dos que usam gravata engomada. Vamos fazer deste blog o maldito da palavra impressa nos muros da perdição, da porta do banheiro. Penso: estamos no caminho certo!

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