segunda-feira, 14 de junho de 2010

Na margem de cá

Caminhando com seu bordão
Lá vai Jizo acompanhado
De uma multidão de crianças
Todos o seguem
Beirando o grande rio
Um barqueiro vem chegando
Um passageiro vai passando
Sem nenhuma bagagem
Sem companhia alguma
Vai só para a outra margem
Deixando para trás
Amigos e inimigos
Mortos e vivos
Seu cachorro preferido
Na margem do lado de cá
Fazem as crianças castelos
De cascalhos molhados
Até que chegam os demônios
Uma turba deles armados
De ferros
E põem os castelos ao chão
Totalmente destruídos
Todos os sonhos
Brincadeiras e amores
Totalmente destruídos
Até que novamente chega
Jizo e começa a construir de novo
Um novo castelo de pedras
Até ser destruído de novo.

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