quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dentroufora

Cores vetustas
Astutas, ágeis dores
Medos incidentais.
Sento, sinto
Respirando imóvel...
(observo impassível,
viajante olhando a janela)
Não mais imóvel que os móveis
A mosca pousa na mão,
No chão, na testa...
Esfrega as patas em clima de festa
(sou sapo, imóvel te observo -
gato e rato)
Mas sapo não é gato,
isso é fato
então não te mato.
Sou pedra, quadro,
Sou estátua de Buda.
Nada...
Sou?
É como é.
(aranha apanha a mosca)
Sou a panela que ferve:
Fora imóvel, mas fervente
Por dentro, água quente
fervente
Dentro e fora,
Dentroufora...
Plim... plim... plim...
Vou embora.

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