domingo, 16 de maio de 2010

As mil máscaras

Numa caixa de papelão
Guardo as mil faces
De um teatro de máscaras
Que uso em cada ocasião
Sou alegre
Sou triste
Lacônico
Sou falante
Sou gramofone
Sou ignorante
Sou a cara do mundo.

Um dia resolvi
Tirar todas as máscaras
E ver a minha cara
Tinha todas as caras
Tinha todas as máscaras
De minha existência.

Não necessitei mais
De máscara alguma
Minha cara se moldava
A todas as máscaras.

Nem mais sei quem sou
Nem mais sei quem fui
Aquilo que fui um dia
Nem sei mais
Se era máscara
Se era outra coisa!
Dúvida que distorce
Ainda mais
Minha cara
Minha máscara.

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