segunda-feira, 25 de julho de 2011

Redemoinho de sal

Que restaram dos campos de arroz
Quando as águas de sal
De um mar revolto pelas terras
Entraram
Levaram enfim uma multidão
De sonhos plantados
Das curvas das costas
Das mulheres que cantavam
Sucesso de uma colheita farta.

Veio a destruição
Em ondas gigantes
E a dor foi imensa
Que ainda pode ser ouvida
No silêncio das noites altas
Em que as crianças choram
Os adultos também
Também os cachorros e os gatos.

Prostrada Fukushima
Espera o sol esquentar
Alisando a pele das meninas
Para que esqueçam logo
Da água salgada
Que salgou toda a terra
Sem que um verme sequer
Fosse salvo.

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