domingo, 17 de julho de 2011

No lodo da civilização

Há muito me perturba
O homem de lodo anoitecendo
Nas beiradas do rio Amazonas
Como surgindo de um pântano
com seus olhos sem expressão
com seus braços de borracha
negros como a fuligem dos pneus
sem nada falar
falava em sua mudez
a falta de humanidade
dos homens da grande cidade
que não se importam
da boa amizade
dos velhos amigos
que envelhecidos
nada mais fazem
do que matar a saudade
de uma memória fugidia
que ainda resta na réstia
de uma vida
que valha a pena
Ser vivida.

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