Alguns nasceram para ser
Santo
Outros nem tanto
De santo nada tinham
De um amigo que tinha
De criança queria ser
Santo
Quanta santidade havia
Naquela alma pequenina.
Quanto a mim nada queria
Nem ser santo
Nem ser demônio
Quis ser um dia poeta
Quanto li Manuel Bandeira
E de bandeira levantada
Comecei a compor.
Parei de compor para ganhar
A vida
Perdi toda a vida fazendo asneiras
Do lado de cá
Do lado de lá
Perdi o amor de Maria Luiza
Ganhei o amor de Maria Padilha
E tudo ficou na mesma.
Como invejo meu velho amigo
Que de criança queria ser
Apenas Santo!
Que me resta de mim
Nem poeta fui suficiente
Nem presidente
Sou o lamento que restou
No assobio de um negro
De uma banda de jazz.
Monótono e que faz
Chorar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário