quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sou a contramão da vida

Alguns nasceram para ser
Santo
Outros nem tanto
De santo nada tinham
De um amigo que tinha
De criança queria ser
Santo
Quanta santidade havia
Naquela alma pequenina.

Quanto a mim nada queria
Nem ser santo
Nem ser demônio
Quis ser um dia poeta
Quanto li Manuel Bandeira
E de bandeira levantada
Comecei a compor.

Parei de compor para ganhar
A vida
Perdi toda a vida fazendo asneiras
Do lado de cá
Do lado de lá
Perdi o amor de Maria Luiza
Ganhei o amor de Maria Padilha
E tudo ficou na mesma.

Como invejo meu velho amigo
Que de criança queria ser
Apenas Santo!
Que me resta de mim
Nem poeta fui suficiente
Nem presidente
Sou o lamento que restou
No assobio de um negro
De uma banda de jazz.
Monótono e que faz
Chorar.

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