domingo, 13 de fevereiro de 2011

Na calada da noite

Ao avançar da noite funda
Num vale profundo de todo sono
Sorrateiramente chega
Uma patrulha de assalto
E logo vai carregando na surdina
Tudo o que o mendigo tinha
Suas roupas velhas
Seu colchão e cobertor
Nada mais tinha do que isso
Mas daquele mendigo não levou
A noite quente de verão
O calor da rua que ainda
Esquentava um corpo de ossos
Que doía no chão duro.

Não levou a liberdade
Do mendigo
Nem sua dignidade de ser
Apenas mendigo.

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