Por um instante sequer
Naveguei em terras estranhas
Nestas longínquas miragens
Em que divisa
A vista em que alcança
Nem precisei ir tão longe
Pois nunca saí do lugar
Em que sempre fiquei
Ainda que estivesse
Nas geleiras de Patagônia
Em que os marrecos escurecem
Ao anoitecer
E os peixes imóveis
Morrem nas águas salgadas
Das lágrimas dos desesperados.
Onde quer que vá
Não dou um passo adiante
E continuo rodando
Em voltas rodopiando
Como um dançarino turco
Do culto do sufi.
Onde quer que vá
Sempre estarei
Nadando na bolsa plástica
De plasma
De placenta transparente
E assistindo sempre
O mundo que me chega
Em imagens de fogo
De fogo que queima
Do fogo que ainda arde
Arde e incendeia.
Não poderia ser
Diferente
Nem seria...
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