sexta-feira, 1 de junho de 2012

Um passo atrás

O que pode sustentar

A inércia deste corpo

Maltratado pelo vento

Que caminha de costas

Sem ver adiante

Vendo sempre

Os próprios passos

Se apagando ao relento

As marcas postas

Numa trilha de cal.



E tudo se passa

Em instantes

Numa vida que passa

Num passado que passa

Na inconstância

Das imagens opacas

De um fantasma.



Mas sentimos saudades

De um tempo passado

Que passou

Do amor passageiro

Que não passa

De uma sombra

Do passado

Que continua passando

Como filme antigo

Num cinema decadente

Habitado pelos ratos.



Somente os ratos existem

Neste momento

Que continuam a roer

As paredes grossas

De meu baú de passados.





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