sexta-feira, 1 de junho de 2012

Entre as paredes

Perdoem-me

Minhas limitações

Por não ter estudado

Matemática

Nem geometria.



Perdoem-me

Minhas limitações

Por não ter sido

Um atleta competente.



Perdoem-me

Minhas limitações

Nos estudos elevados.



Perdoem-me

Minhas limitações

Por não tocar flauta

Nem saber cantar.



Nesta vida inteira

Pouco fiz

Não tomei bebedeira

Não conheci Paris.



Nem fui bom

Um tanto mau

Por isso uma acidez

Contínua me destrói

O estômago.



Fui um mentiroso

Que acreditava ainda

Que ainda

Uma garota de olhos grandes

Haveria

De ser musa eterna.

Que escrever espantava

Uma solidão permitida

Dos desvairados

Presos em seus quartos

Cuja poeira

Caia densa

Num assoalho de cera

Vermelha.









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