Nos olhos entrecortados
A tarde deita-se atrás das nuvens
Num sono agitado
Em que os gatos
Caçam andorinhas
Que despencam dos galhos
Curvos e ressecados
De final de outono.
Quando as luzes acendem-se
Nas lanternas japonesas
Uma brancura leitosa
Começa a derramar-se
Sobre as nossas capas
De uma chuva passada.
E por estes caminhos
Que os pés insistem em pisar
Só pisam em espinhos
Deixando um rastro
Sinuoso de lamentação.
Assim o vento sussurra
Suave canção de minar
Canção que vai morrendo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário