domingo, 12 de junho de 2011

Nada mais além

Não podemos negar
Um sofrimento que há
Em cada coração perdido
Em cada rua desta cidade
Que não cansa de pulsar.

Não podemos negar
Um desencantamento
De um mundo cada vez mais
Petrificado no cimento armado
Dos punhos armados
E corações duros
De vidro e ferro.

Não podemos negar
Os desencontros amorosos
Que somente se realizam
No abismo mais escuro
Dos sonhos profundos.

Não podemos negar
A vontade da contravenção
Inibida e desprezada
Pela ordem vigente e prezada
Dos bons costumes.

Não podemos negar
A negação da liberdade
De expressão
Daquele verbo primitivo
Nascido dos instintos
Longitudinal dos intestinos.

Simplesmente
Não podemos negar.

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