terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Por uma cabeça perdida

Um homem havia a muito
que perdera sua cabeça
procurou de um lado
no lado esquerdo não havia
não havia no lado direito
e onde quer que pudesse
procurar.

Por fim achou uma
não era a sua
não se importou com
isso.
Ficou com aquela cabeça
uma cabeça de papelão
não se importou com
isso.

A cabeça de papelão
de tanto pensar
incendiou-se
e foi-se de vez
a cabeça de papelão.
Buscou outra cabeça
a cabeça que encontrou
era a cabeça de um
cabeça dura
cabeça de pedra.
Melhor do que a outra
cabeça de papelão
cabeça de pedra
que de tão dura
mais dura ficou
trincou por pensar
demais
demasiadamente
dura por pensar.

Procurou por outra
uma cabeça mole
uma cabeça de maria
mole
que de tão mole
amoleceu todos
os neurônios
os plutônios
os parafusos
e derretou.

Toda cabeça encontrada
não lhe servia
e assim resolveu ficar
sem cabeça alguma
e quando precisasse de uma
qualquer uma
poderia lhe ser útil.
Inútil seria buscar uma cabeça
que fosse
que fosse somente sua.

Nem das cabeças somos
donos!

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