segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sabe

Quando a árvore libera
no útero da ventania
a última folha

que desce ao fundo
como uma pedra achatada
caída num lago escuro

e lá coberto de outras
tantas formas secas,
se estreitando e a crepitar no
passo da raposinha de olhos grandes

sabe

quando de tão seca
quebrar seja a última paz

e em tantos cacos e nervuras
chegar o pó - que a espera.
e de uma única face com a terra
regar com lágrimas que ouvem...

...

o pó se irmanando ao pó
no breu mais escuro que olhos vagos,
apenas o cheiro fresco se suba propagando
nos redemoinhos tão comuns...

— quando alcançar

e este, for a mensagem que
mora entre o olor e o vento — esta
será a casa - a realização

Nenhum comentário:

Postar um comentário