quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pessach

O que se passa
Quando aquilo que passa
Passa sem pedir passagem;
Passa sem sobre passo
Sobre um passageiro
Que, de tantos passos,
Tropeçou no calço
Quando, no encalço do tempo,
(Que passava apressado)
Observava a paisagem
Passando despreocupada,
Como sinfonia de um compasso
Que gira, traço após traço,
Um mundo tão abstrato
Que parecia nunca passar.

O que se há de passar
Quando todo esse espaço
Infinito porém escasso
Eterno, conquanto fugaz.
Quando todo esse paradoxo
De uma eternidade passageira
Que relutamos em aceitar
Finalmente resolver passar?

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