terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Poesia Maldita

Do movimento incessante das coisas sob as coisas. Sempre possível mais abaixo e ainda mais abaixo. De coisas sobre coisas, em camadas vítreas. Porque não? Toda a verdade: non-stop.

Ainda que aceita toda a moral, todo o medo. Muito além de qualquer forma estabelecida, petrificada, líquida ou pastosa. Saber nenhum outro que desconheça o movimento incessante do sangue e da linfa, da carne e dos sucos por detrás das armaduras, e é como dizer: se espalhando sobre as camisas branquíssimas de botão, cabelos grisalhos, cílios postiços e mundos cor-de-rosa. Íntimo por não saber. Inseparável sem escolha, de ácaros e de seres miseráveis, tão belos como embriões de Helicônias atlânticas e mesmo de seres como nós.

Com deboche, sem deboche, com cinismo, sem cinismo. Ir mais. Coragem suficiente para o olho (puro) que desliza em camadas cada vez mais finas sobre outras finas camadas. Tudo se igualando e igualmente ficando sem nome, e por osmose, em estrita comunicação, sendo o movimento a expressão máxima e mínima, a verdade: caos-imaculado - de onde emerge o olho do umbigo e acende o um de todos.

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