terça-feira, 14 de maio de 2013

O instante de outono


Pelas manhãs de outono
os braços do sol
se estendem em direção
às pernas peludas
enfiadas nas bermudas
enquanto a vida passageira
passa devagar
esquentando a alma
incendiando a pele.

Sem passado
passageiro se foi.
Sem futuro
que não chegou.
O que se tem
apenas esta morada
a ser inventada
em cada esquina
da existência.

Inventada
destruída em seguida.

O vento arrasta as folhas
secas
sem utilidades
arrasta também
os corpos secos
dos homens vividos
muitos iludidos
que brincam de guerra.

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