Nenhum silêncio se compara
Com o silêncio das cidades
Entre os murmúrios dos desesperados
O choro dos loucos
O gemido dos que se encontram
Em convulsão de um encontro amoroso.
Nada disso incomoda
Meus ânimos acostumados
Com o desencontro das vozes
E dos sons apagados
Que apenas querem se fazer
Presentes nas esquinas
Dos becos cheirando urina
Dos gatos andando como bailarina
Aos saltos
Como que os pés estivessem
Em brasa.
Neste burburinho de ondas
Que se levantam e se afastam
Da areia das construções
Minha voz é apenas
Um detalhe
Que na angústia de sua
Existência
Minha existência
Surge rouca
Afetada por um resfriado
Mal cuidado
Que insiste em ficar
No corpo semeado
De bactérias
E células que vão morrendo...
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