sexta-feira, 25 de maio de 2012

Um murmúrio apenas

Nenhum silêncio se compara

Com o silêncio das cidades

Entre os murmúrios dos desesperados

O choro dos loucos

O gemido dos que se encontram

Em convulsão de um encontro amoroso.



Nada disso incomoda

Meus ânimos acostumados

Com o desencontro das vozes

E dos sons apagados

Que apenas querem se fazer

Presentes nas esquinas

Dos becos cheirando urina

Dos gatos andando como bailarina

Aos saltos

Como que os pés estivessem

Em brasa.



Neste burburinho de ondas

Que se levantam e se afastam

Da areia das construções

Minha voz é apenas

Um detalhe

Que na angústia de sua

Existência

Minha existência

Surge rouca

Afetada por um resfriado

Mal cuidado

Que insiste em ficar

No corpo semeado

De bactérias

E células que vão morrendo...



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